Avaliação do Microclima Gerado Pela Ventilação Mínima em Aviários de Frangos de Corte em Fase de Aquecimento
Julho 2007
TMR Carvalho*
1, DJ Moura
2, AS Mendes
3, KAO Lima
4
1 Graduanda, Bolsista PIBIC / CNPq – FEAGRI/UNICAMP
2 Professoras Dra., Departamento de Construções Rurais e Ambiência – FEAGRI/UNICAMP
3 Eng. Agrícola., Doutoranda – FEAGRI/UNICAMP
4 Med. Veterinária, Doutoranda – FEAGRI/UNICAMP
Campinas - SP – Brasil
Introdução
O manejo da ventilação pode afetar tanto o crescimento como a saúde do lote. Taxas de ventilação impróprias podem resultar em pior conversão alimentar, queda no ganho de peso, aumento de condenações de carcaças e doenças. O uso da ventilação mínima auxilia na troca de gases bem como na manutenção da temperatura e umidade para o bem-estar das aves dentro da instalação para frangos de corte. (2). Sendo assim o objetivo do presente trabalho foi de avaliar a homogeneidade do microclima gerado pela ventilação mínima em aviários de frangos de corte em fase de aquecimento.
Material e Métodos
O presente trabalho foi realizado em granjas comerciais de produção de frangos de corte situadas na cidade de Concórdia,/SC, durante o período de 15 a 30 de julho de 2006. A coleta de dados foi realizada em 16 galpões com áreas variando entre 600 e 1200m², com orientações diversas, diferindo-se pelo sistema de acondicionamento - com e sem sistema de exaustão no teto do pinteiro -, pela idade (1 a 21 dias) de alojamento das aves e pelo horário do dia das coletas. Durante o período do estudo foi utilizado aquecimento à lenha para condicionamento das aves nos galpões. As variáveis climáticas obtidas foram temperatura de bulbo seco - Tbs (°C) e umidade relativa - UR (%), para isso o galpão foi dividido em 10 quadrantes, sendo que em cada quadrante foram coletadas as variáveis climáticas utilizando o termo-higro-anemômetro Tri-Sense® Kit, modelo 37000-90 da marca Cole-Parmer. A análise dos dados foi realizada no laboratório de Conforto Térmico I da Faculdade de Engenharia Agrícola – Unicamp. Foi feita uma análise estatística para medir a homogeneidade da TBS e UR dentro dos galpões através do cálculo do Desvio Padrão. Os testes estatísticos foram realizados o período da manhã. Extraindo-se os desvios padrão de cada galpão pode-se comparar o grau de homogeneidade entre os mesmos através do Teste Bartlett. O Software SURFER 6.0 (3), 1995, foi utilizado para construir mapas de distribuição espacial das variáveis climáticas coletadas e calculadas no interior dos aviários.
Resultados e Discussão
O Teste de Bartlett permitiu averiguar se os desvios padrão encontrados foram similares entre si. Todos os resultados apresentaram diferenças significativas entre os desvios padrão dos galpões avaliados. Os valores P para o período da manhã foram 0,001 para TBS e 0,026 para UR e para o período da Tarde 0,000 para TBS e UR. Isto significa que quando se utiliza da exaustão para renovar o ar do pinteiro, tanto no período da manhã como da tarde, as variáveis climáticas estudadas se apresentam de forma homogênea. Já quando não se utiliza a ventilação mínima as variáveis climáticas estudadas podem ou não se apresentar de forma homogênea, devido a influência do manejo da ventilação. Os mapeamentos que apresentaram maior homogeneidade no período manhã, com e sem ventilação mínima, são mostrados nas Figuras 1 e 2.
A maior homogeneidade devido ao uso da ventilação mínima utilizada nos galpões apresentados, segundo (1) a ventilação é um meio eficiente para reduzir a temperatura de bulbo seco por perda convectiva de calor. Outros estudos, investigando o efeito da exaustão em galpões com ventilação tipo túnel também encontraram maior homogeneidade na distribuição das variáveis climáticas no interior dos galpões com ventilação negativa. (1).
Conclusão
A partir dos dados analisados estatisticamente, foi possível constatar que os galpões que utilizavam do manejo da ventilação mínima para condicionamento térmico de aves jovens apresentaram distribuição uniforme das variáveis climáticas, TBS e UR.
Bibliografia
1. Miragliotta, Miwa Yamamoto ; Naas, I. A. ; Manzione, Rodrigo L ; Nascimento, Fernando F CIGR- New trends in Farm Buildings, 2004
2. Moura, D.J. 1. ed. Jaboticabal. FUNEP. 2001. v. 2. p. 75 – 148.
3. SURFER 6.0, 1995.
Agradecimentos
Fapesp – Proc. 05/54904-1, ao CNPq/SAE pelo apoio financeiro e bolsa.