Desenvolvimento Embrionário de Linhagens Paternas de Aves para Corte Selecionadas para Características Produtivas
Schmidt, G.S.
Figueiredo, E.A.P
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento embrionário é afetado por diversos fatores que determinam a eficiência da incubação e a qualidade do pinto. Entre os fatores temos: A qualidade física do ovo, o estágio de desenvolvimento embrionário na oviposição, o período e as condições prevalecentes entre a postura e a estocagem dos ovos, as condições de estocagem e incubação e, o tempo de incubação, sendo que, a importância de cada fator muda com o estágio de desenvolvimento embrionário. O peso final do pinto é primariamente determinado pelo peso inicial do ovo, normalmente correspondendo de 62 a 78% (1,2) e, secundariamente determinado pela perda de peso durante a incubação, pelo peso da casca e peso residual, pela linhagem, pelo tempo e condições de incubação, pela idade da matriz e pelo sexo do pinto. A correlação entre o peso do ovo e do embrião, aumenta com o estágio de desenvolvimento embrionário, passando a ser significativo a partir do 13o dia de incubação, atingindo o máximo (0,50 a 0,90) no nascimento (2). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi estimar o efeito da seleção, para características produtivas, em linhas paternas de aves para corte, sobre o desenvolvimento embrionário.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas duas linhas paternas de aves para corte (LL e LLc), com 34 semanas de idade. A linha LL foi submetida a seleção, durante 8 gerações, para as características de crescimento, carcaça, fertilidade e eclodibilidade. A linha controle (LLc), foi derivada de LL em 1985 e mantida em acasalamento ao acaso, sem seleção. Foram utilizadas 300 fêmeas e 30 machos de cada linha. Os ovos férteis, obtidos através de inseminação artificial, foram coletados e pesados individualmente durante 4 períodos de 5 dias consecutivos, com intervalo de duas semanas, com a realização de 4 incubações. Em cada período, um total de 960 ovos/linha foram identificados e separados em 4 grupos de 240 ovos (repetições) e armazenados, para posterior incubação. Nos períodos de 9 (PE9), 11 (PE11), 13 (PE13), 15 (PE15) e 17 (PE17) dias de incubação os embriões foram coletados e pesados individualmente (PE). No 18o dia os ovos férteis utilizados para a obtenção do peso do pinto (PE21) foram transferidos para a máquina de eclosão onde permaneceram até o nascimento. As análise foram realizadas utilizando-se os procedimentos estatísticos contidos no pacote SAS (SAS, 1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O peso do ovo (PO) foi similar para ambas as linhas, indicando que o processo de seleção utilizado para a manutenção da média desta característica foi efetivo. As diferenças entre LL e LLc, com relação ao desenvolvimento embrionário, passa a ser significativa a partir de P15, resultado na diferença de 2,03g no P21. Considerando 8 gerações de seleção, pode-se estimar um ganho genético de 0,54% (0,25g) por geração para P21. Mudanças no número de células percursoras do desenvolvimento esquelético (somitos) na fase do desenvolvimento embrionário (3) e as diferenças de composição bromatológica e eficiência de utilização dos nutrientes pelo embrião (4), em linhas selecionadas para peso corporal, pode explicar parte da variação do peso do embrião.
As mudanças no PE, com a manutenção do PO, alteraram a correlação destas características, com diferenças significativas a partir de PE13. As correlações de 0,738 e 0,712 (PE21), respectivamente para LL e LLc, estão dentro dos limites encontrados na literatura ( 0,50 a 0,95).
O peso do pinto correspondeu a 71,94 (LL) e 68,96% (LLc); do PO. Os aumentos estimados no PE, com o aumento de 1,0g no PO, para P21 foram de 0,73g (LL) e 0,69g (LLc). O incremento de 4,32% na relação do peso do pinto e PO é decorrente das diferenças genéticas, devido a seleção para peso corporal.
CONCLUSÕES
A seleção para peso corporal determinou uma resposta correlacionada no desenvolvimento embrionário a partir do 13o dia de incubação, com um ganho genético, por geração, estimado de 0,54% no peso do pinto ao nascer A correlação entre o PO e PE aumenta a medida que o tempo de incubação avança, sendo máxima no terço final da incubação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Shanawany, MM. World´s Poultry Science Journal, v.43, p.107-115, 1987.
Schmidt et al. Brasilian Journal of Poultry Science, v.5, n.3, p.125-129, 2003a.
Schmidt et al. Brasilian Journal of Poultry Science, v.5, n.3, p.175-178, 2003b.
Yannakopoulos, AL; Tserveni-Gousi, AS. Poultry Science, v.66, p.829-833, 1987.