Efeito da Idade da Matriz e do Tamanho do Ovo Sobre o Rendimento de Abate do Frango de Corte
Julho 2007
JSR Rocha*
1, LJC Lara
1, NC Baião
1, LEC Baião
2, TR Silva
2, FD Duarte
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1 Departamento de Zooctecnia da EV/UFMG. Belo Horizonte, MG, Brasil
2 Asa Alimentos. Brasília, DF, Brasil
Introdução
A influência do tamanho do ovo sobre o peso do pinto à eclosão está bem documentada e demonstra que o peso do pinto representa 66 a 71% do peso do ovo. A correlação entre os pesos do ovo e do pinto diminui consideravelmente com o crescimento das aves (1) e com isto a vantagem do maior peso inicial dos pintos nascidos dos ovos grandes reduz rapidamente após a eclosão. Os estudos têm sido conduzidos para verificar o efeito da idade da matriz e do peso do ovo sobre o peso do pinto à eclosão, dando pouca atenção ao desempenho desta ave ao abate. O objetivo foi avaliar o rendimento de abate de frangos de ovos classificados por faixas de peso e independente da idade das matrizes, e ovos não agrupados por categoria de peso e de acordo com a idade das matrizes.
Material e Métodos
Ovos de matrizes Cobb com 31 (31s), 38 (38s) e 43 (43s) semanas de idade foram classificados de acordo com o peso em três categorias: OG – ovos grandes com 66-72g; OM – ovos médios com 58-65g; e OP – ovos pequenos com 52-57g. Cada categoria continha 1536 ovos, sendo 512 provenientes de cada idade de matriz (31s, 38s e 43s). Independente do peso, os ovos foram separados de acordo com a idade das matrizes em: O31 – ovos das matrizes com 31s; O38 – ovos das matrizes com 38s; e O43 – ovos das matrizes com 43s. Nestes tratamentos, foram retirados os ovos com peso abaixo de 52g e acima de 72g. Após a eclosão, foram coletados aleatoriamente 1680 pintos, 140 machos (M) e 140 fêmeas (F) provenientes de cada um dos tratamentos. As rações foram as mesmas para todas as aves. Os frangos foram abatidos aos 45 dias de idade. As variáveis avaliadas foram os rendimentos de carcaça (RCA), coxa + sobrecoxa (RCS), peito (RPE), asas (RAS) e dorso (RDO). O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 6 x 2 (6 tratamentos e 2 sexos), com 32 repetições (cada frango foi considerado como uma repetição) por tratamento. As médias foi comparada pelo teste SNK.
Resultados e Discussão
O RCA, RCS e RPE estão apresentados na tabela 1. Independente do sexo, não houve diferenças no RCA, RCS e RPE entre os tratamentos. O sexo interagiu com os tratamentos, quando nos frangos originados dos OG, OM, O31 e O43 foram observadas diferenças entre os sexos em relação ao RCA, sendo o rendimento dos M superior ao das F nestes tratamentos (P≤0,05). Já os M originados dos OP e O38 apresentaram RCA semelhante ao das F dos respectivos tratamentos (P>0,05). Houve interação entre os sexos e os tratamentos para o RCS. A F apresentou RCS inferior ao dos M de todos os tratamentos (P≤0,05), exceto nos frangos originados dos O31, em que o RCS dos M foi semelhante aos das F (P>0,05). Os resultados do RPE demonstram uma interação entre os sexos e os tratamentos. Os M apresentaram RPE inferior ao das F em todos os tratamentos (P≤0,05), exceto nos frangos dos O31 em que o RPE dos M foi semelhante aos das F (P>0,05).
Não houve interação entre os sexos e os tratamentos nas variáveis RAS e RDO (tabela 2). Independente do tratamento as F apresentaram melhores RAS e RDO do que os M (P≤0,05). Independente do sexo, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos quanto ao RAS e RDO.
Tabela 1. RCA (%), RCS (%) e RPE (%)
Valores seguidos de letras distintas, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, são estatisticamente diferentes pelo teste SNK (P≤0,05)
Tabela 2. RAS (%) e RDO (%)
Valores com letras distintas, minúsculas na coluna e maiúsculas na linha, diferem pelo teste SNK (P≤0,05)
Conclusão
A idade da matriz e a categoria de peso do ovo não influenciam o rendimento de abate.
Bibliografia
1. Sinclair RW, Robinson FE, Hardin RT. Poultry Science 1990; 69:526-534