Revista do AviSite
Revista do OvoSite
Encartes Especiais
Notícias
Informativo Semanal
Informativo Diário
Info Estatísticas
Canal Agroceres
PecSite
SuiSite
OvoSite
Trabalhos Técnicos
Canal Agroceres
Legislação
Busca Avançada
Cadastre-se
Contato
Anuncie
Patrocinadores
Quinta-feira, 02/05/2024
Siga-nos:
Trabalhos Técnicos Canal Agroceres
-->
CIÊNCIA & TECNOLOGIA - Trabalhos Técnicos

Estrutiocultura

As Perspectivas da Estrutiocultura no Brasil

Goulart, C., E., S. A criação de avestruzes (Struthio camelus) é uma atividade agropecuária potencialmente muito interessante e vem crescendo a passos muito largos no Brasil. Esta que é a maior ave do mundo, tem um potencial de produtividade muito grande. Possui uma carne de alto valor nutricional e de ótimo sabor, o uso das Plumas para ornamentação, industria da moda, enfeites e aplicações tais como confecção de espanadores domésticos e industriais, já possui um mercado definido. O Brasil por exemplo, é atualmente um dos principais importadores deste subproduto para ser empregado na industria do carnaval. O couro, esteticamente muito atrativo, macio e delicado, é também muito valorizado para a industria da moda. Em suma, é uma animal de alta valorização comercial e a estrutiocultura é uma atividade potencialmente muito lucrativa. Registra-se criação destes animais, com fins comerciais a mais de 150 anos, na África do Sul. Naquela ocasião eram as plumas, o produto principal. De lá para cá, muita coisa aconteceu e a história da Estrutiocultura em nível mundial é cheia de altos e baixos, por causas diversas que compreendem desde insucessos por falta de planejamento de mercado à guerras mundiais. Atualmente, os principais produtores em nível mundial são a África do Sul, os Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália , Israel e Espanha. A História da Estrutiocultura no Brasil, apesar de muito recente, é também caracterizadas por altos e baixos. Em 1997, por exemplo, vivemos uma forte crise devido à presença do Paramixovírus causador da doença de New Castle encontrado em algumas aves que foram importadas e que levou à radical, porém necessária determinação de se abater grande parte do rebanho nacional de avestruzes, em proteção à industria avícola nacional. Este evento gerou um colapso na estrutiocultura brasileira que ainda se iniciava. Após 1999, com o retorno da liberação para importação de ovos embrionados e Pintos novos, a Estrutiocultura voltou a crescer. Mas apesar do grande potencial da ave, nos moldes com que a estrutiocultura brasileira vem se desenvolvendo, as perspectivas desta atividade no Brasil parecem ser no mínimo, obscuras. São várias as razões que podem nos levar a esta conclusão, mas que no fim representam a condição ainda muito amadora que esta atividade apresenta em nível de Brasil. Esta condição em verdade, é prevalente em todos os níveis da atividade. Podemos verificar isto pelo próprio modismo que atualmente a atividade vem gerando. Aves, muitas delas de qualidade zootécnica duvidosa, vendida a preços muito elevados, altamente especulados por esta nova "moda" rural. Muitos proprietários rurais, em face a esta nova "mina de ouro" que a estrutiocultura parece ser, vem tomando a iniciativa de começar uma criação sem uma prévia consultoria de profissionais especializados e o que é pior, profissionais pouco capacitados vendendo projetos mau ou insuficientemente elaborados. Da mesma forma muitas vezes podemos verificar profissionais infringindo preceitos éticos de competência profissional e prestando serviços onde não lhes faz habilitação, numa clara demonstração de má fé. Em resumo, preceitos básicos como a biossegurança, zoosanidade animal, planejamento estratégico de instalações, manejo estratégico, monitoria veterinária ostensiva, enfim, os alicerces para o desenvolvimento zootécnico sustentável, tem sido negligenciados e substituídos por planejamentos empíricos e precários de estruturação e o resultado desta insuficiência de profissionalismo pode ser facilmente auferido pelas estatísticas de produção atuais. Na média o índice de eclosão de ovos não ultrapassa os 50% e o número de pintos com desenvolvimento levado a termo é igualmente baixo. Pouquíssimos são os criadores que podem nos dizer neste exato momento qual é a prevalência de doenças consideradas básicas em monitoria zoosanitária avícola, como por exemplo, as Micoplasmoses, Verminoses, Colibaciloses, Chlamidioses, dentre tantas outras. É importante ressaltar que estamos falando em linhas gerais e que existem criadores conscenciosos e eficientes, mas estes sozinhos não serão capazes de proporcionar uma produção na escala que o mercado exige. Desta forma, estamos próximos de viver um grande paradoxo na estrutiocultura brasileira. Aqueles criadores entusiastas que muitas vezes atropelaram etapas no processo da criação destas aves estão prestes a atingir um ponto limite onde um grande prejuízo pode se tornar patente e determinar o abandono da atividade, causando com isto uma possível implosão da estrutiocultura como um todo em nível de Brasil. Ou, ainda em tempo, A atividade pode se reorganizar, deixando de lado o imediatismo e trabalhar em médio e longo prazo para uma estruturação correta em todos os níveis da atividade e que a atividade, como um ramo da avicultura, exige. A estrutiocultura é sim um agronegócio com um potencial muito bom. Não podemos nos permitir perder este nicho de mercado. È pensando desta forma que propomos aqui, ampliarmos a discussão e divulgarmos os preceitos técnicos e corretos para uma estrutiocultura profissional. A orientação técnica adequada é fundamental para qualquer atividade e é nesse ínterim que a presença de um profissional médico veterinário se faz fundamental, pois é o único profissional competente (lembrando que competência é uma atribuição legal, determinada pelo ministério da agricultura) e ainda assim, este precisa estar capacitado para atuar em estrutiocultura, biossegurança e Sanidade animal. Acreditamos assim, que neste paradoxo, este seja o caminho a ser perseguido.


Estrutiocultura


CATEGORIAS

Administração, Economia, Planejamento e Política Avícola (10)

Ambiência (27)

Equipamentos (3)

Estrutiocultura (2)

Genética (2)

Incubação (10)

Manejo (31)

Meio Ambiente (1)

Nutrição (67)

Outras Áreas (31)

Produção (18)

Saúde (4)

Saúde Avicola (68)

Saúde Pública (1)